Quem já se perguntou por que gravidez enjoa? Ou quis saber o motivo dos bebês terem aquele cheirinho delicioso? Mãe de Matilda, 2 anos, e Max, 5 meses, a jornalista britânica Linda Geddes listou as dúvidas que surgiram nas suas gestações, pesquisou e reuniu tudo em livro que mistura mito, ciência e experiência pessoal

O anúncio da concepção é só o começo de muitos paradoxos. Grávida não pode comer muito, já que isso aumenta os riscos de o bebê desenvolver diabetes ou obesidade, mas comer pouco pode ter efeito semelhante. Exercícios demais? Nem pensar! Aumenta os riscos de perder o bebê. Porém, não praticar exercícios vai fazer os quilos extras se tornarem um fardo. O estresse do dia a dia, então, deve ser evitado ao máximo. Mas, se os problemas chegarem, a gestante não pode recorrer nem à tacinha de vinho, tampouco relaxar no ofurô, já que álcool e água quente demais também colocam o novo ser em perigo...

Com esses dilemas, a jornalista Linda Geddes, colunista da revista britânica New Scientist, apresenta Bumpology: The Myth-busting Pregnancy Book for Curious Parents-to-Be (em tradução livre, A Ciência do Inchaço: O Livro que ‘Quebra Mitos’ para Futuros Pais Curiosos).

Lançado em janeiro na Inglaterra e sem previsão de chegar ao Brasil, o trabalho, como ela mesma define no prefácio, é uma “tentativa de dar sentido a todo o conflito que há nesse universo de gravidez e bebês”. O projeto começou quando ficou grávida de sua primeira filha, há três anos. Enquanto passava pelas já esperadas mudanças, tomou para si a missão de investigar as verdades e mentiras por trás de tantas anedotas, crenças populares e guias de bolsos.

Como resultado, descobriu 335 fatos científicos sobre os nove meses, baseados em pesquisas e relatos de sua própria experiência.

Mal necessário

O que o enjoo tem de malquisto, tem também de importante para o bebê. Cientistas descobriram que ele não existe só para tirar o sono (e tudo do estômago) da grávida. É, na verdade, um importante mecanismo biológico para proteger o embrião de bactérias e parasitas que possam chegar até o feto por meio da dieta da mãe.

Bebês podem sentir o que a mãe come?

Se for alho e cebola, sim! Diariamente, o feto engole cerca de um litro de líquido amniótico. Quando a mãe come alimentos fortes, como esses de compostos sulfurados, o líquido fica “contaminado” com o cheiro e o gosto da comida e o bebê passa a acostumar com o sabor.

Feeling de mãe

Uma pesquisa realizada na Universidade de Tucson, no Arizona, EUA, perguntou a 108 grávidas de poucas semanas qual seria o sexo do bebê. Delas, 75% responderam com convicção, dizendo ter um sonho ou uma forte intuição. Resultado? Acertaram 60%!

Perfume de bebê

Já reparou que todo bebê cheira bem? Isso pode ter algo a ver com uma combinação de glândulas sebáceas mais ativas e alimentação à base de leite.

Muito além da barriga

Na gravidez, não é só o número do manequim da mãe que sofre mudanças. Elas também acontecem......no cérebro
Mapeamentos da cabeça mostraram que o cérebro das mulheres encolhe alguns milímetros nos meses finais da gravidez e só volta ao seu tamanho normal seis meses após o nascimento. A explicação certa ninguém sabe, mas imagina-se que seja efeito do excesso de hormônios no corpo e da falta de nutrientes, ‘roubados’ pelos bebês.

Expressões faciais

Uma pesquisa do Reino Unido mostrou que a sensibilidade facial da mulher para demonstrar emoções, como medo, raiva e nojo, fica acentuada nessa fase. Seria a biologia preparando a futura mãe para todas as broncas que ela vai precisar demonstrar ao seu bebê só pelo olhar?

Peixe fora d’água

Enquanto está no útero, o feto recebe oxigênio e gás carbônico via placenta da mãe. Seus pulmões, portanto, não contêm ar, só líquido amniótico (de 80 a 100 ml). Então, como ele aprende a respirar? Um mês antes do nascimento, o hormônio catecolamina é liberado no corpo da criança para avisar aos pulmões que é hora de absorver o líquido. As contrações do parto também ajudam: são responsáveis por ‘espremer’ 1/3 dos líquidos para fora desses órgãos. Quando o bebê finalmente sai da barriga (seja por parto normal ou cesárea), os pulmões se inflam com o primeiro golpe de ar e o pequeno aprende a respirar.

10% é a porcentagem de movimentos que a grávida sente do seu bebê

O feto soluça, boceja, faz movimentos de respiração, esfrega os olhos e as bochechas, chuta (ah, esse você sente!), suga, engole, pisca e muda de posição o tempo todo.

Papai, eu quero mamar

Homens também têm glândulas mamárias e bicos. Só não têm o hormônio prolactina em quantidades suficientes para produzir leite. Nada que uma boa farmácia não dê jeito! A prova viva de que dá certo é um norte-americano que, na década de 1980, resolveu fazer a experiência. Após tomar cápsulas do hormônio, conseguiu dar de mamar à sua filha, que nem percebeu a diferença, já que o gosto do leite era bem parecido com o de sua mãe.

Ponto de Equilíbrio

Você nunca se questionou como é que a grávida consegue se equilibrar com um barrigão enorme pendendo para frente? Linda Geddes descobriu que, além de ter curvatura mais acentuada, a espinha dorsal das mulheres tem ossos em formato pontiagudo, o que a faz dobrar mais facilmente que a dos homens. Quando grávida, essas pequenas alterações permitem deslocar levemente a coluna para trás e, assim, contrabalançar o peso do bebê.

Cenoura

Esse é um dos alimentos que pode, Sim, alterar o sabor do leite materno. e, Para as mães que adoram experimentar comidas exóticas, um alerta: o gosto “Extra” demora oito horas para sumir completamente.

Cura fácil

Por mais incrível que possa parecer, cirurgias complexas, como as do coração, são mais “tranquilas” em recém-nascidos. A explicação é um paradoxo: o sistema imunológico ainda imaturo do bebê não consegue produzir as fibras de colágeno (responsáveis pela cicatrização de feridas). Por isso, as células se dividem mais rapidamente do que as de adultos, facilitando a cura.

Cocô no microscópio

Após o primeiro mês de nascimento, as fezes do bebê têm cerca de um trilhão de bactérias por mililitro, quase a mesma quantidade do que o de um adulto. Como elas chegam lá? Por meio do leite materno, dos alimentos que a criança ingeriu e – no caso de ter sido parto normal – pela vagina da mãe. Com dois anos, o cocô da criança já tem o mesmo número de bactérias das de um adulto.

Mama... Papa...

Não importa a nacionalidade da criança, ‘ba’, ‘da’, ‘ma’, ‘pa’ e ‘ga’ são as primeiras sílabas que ela vai dizer. As letras b e d combinadas com o som de ‘a’ formam os fonemas que requerem menor esforço muscular. Além disso, na maioria das línguas, “mamãe” e “papai” são variações de “mama” e “papa”. Isso porque, provavelmente, os pais copiaram o que seus bebês falavam.

Estresse do nascimento

Se o parto não é fácil para a mãe, está longe de ser o paraíso para o bebê. Cientistas calcularam que o nascimento de parto normal equivale a 2 kg de pressão em cada centímetro da cabeça do recém-chegado, ui! Mas é claro que a natureza não ia deixar os pequenos na mão. Momentos antes ‘da hora’, o organismo do bebê libera um hormônio sedativo no sangue, bloqueando no cérebro todo e qualquer sinal de dor.

No guinness book

O maior bebê do mundo nasceu nos estados unidos, em 1979. Ele pesava 10.8 kg e media 76 centímetros. Isso é quase três vezes o peso médio de um bebê normal (3,4 kg) e 25 cm a mais do que A altura comum de um recém-nascido, que varia entre 49 e 51 cm.

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