A novidade indica que esforços de conscientização sobre importância do exercício e hábitos alimentares saudáveis estão fazendo efeito. Confira dicas para seu filho entrar na onda

Pois é, finalmente uma boa notícia sobre a saúde das crianças. Parece que os esforços para reduzir o sedentarismo e os índices de obesidade infantil estão surtindo algum efeito. Um estudo divulgado na revista científica Pediatrics, uma das principais publicações científicas sobre infância e adolescência, mostrou que estudantes norte-americanos estão fazendo mais atividade física, consumindo mais frutas e vegetais, tomando café da manhã regularmente, diminuindo o consumo de doces e passando menos tempo em frente à TV.

Para chegar a essa conclusão, um grupo de pesquisadores acompanhou durante oito anos alunos do ensino fundamental, com idades de 11 a 16 anos. Mais de 30 mil crianças foram avaliadas durante esse período. O Índice de Massa Corporal (IMC) médio aumentou de 2001 a 2006, mas ficou estável de 2006 a 2010. Segundo o estudo, isso pode indicar que os índices de obesidade infantil podem ter se acomodado. Mais interessante que os dados de IMC, porém, é o aumento dos relatos de hábitos mais saudáveis nos últimos anos.

Aqui no Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que haja 35% de obesos entre as crianças de 5 a 9 anos. É um quadro preocupante, mas para revertê-lo as famílias precisam mudar seus hábitos. Inspirados pelos resultados da pesquisa, reunimos dicas para que você ensine seus filhos, desde cedo, a manter uma rotina mais saudável.

Dica de ouro

Não vai adiantar nada você ler os próximos tópicos antes de refletir sobre nossa primeira dica: dê o exemplo. A gente sabe que é difícil incorporar certos hábitos à rotina de pai e mãe, mas pense no bem maior e faça um esforço. A cada ano aparecem novos estudos comprovando a importância do exemplo e os pediatras sempre tocam no assunto (inclusive aqui nas matérias da Crescer). Não adianta mandar a criança brincar no quintal se você adora passar a tarde inteira assistindo à TV. Assim como exigir que seu filho coma um prato de salada se no seu reina o macarrão. Por isso, a mudança deve ser em família!

Para sair da TV

Durante as refeições, desligue a televisão. Nesse momento, a criança deve se concentrar na comida e mastigar adequadamente os alimentos, para perceber quando está satisfeita. Do contrário, poderá comer mais do que precisa, favorecendo a obesidade. Os momentos das refeições também são fundamentais para conversar e interagir com a família. Por isso, o ideal é comer na mesa e não no sofá.

Restrinja o uso, sem proibir. Pesquisas apontam que crianças com menos de 2 anos não se beneficiam da televisão. Depois disso, porém, programas de qualidade podem sim trazer algum aprendizado. A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que as crianças passem no máximo duas horas em frente à telas (incluindo computadores, tablets e celulares). Portanto, você pode sim deixar os filhos entretidos com a TV durante um ou dois programas adequados para a faixa etária deles. E não se sinta culpada de aproveitar essa hora para lavar uma louça ou ligar para uma amiga.

Ofereça opções melhores. Ok, não é saudável ficar em frente à televisão por muito tempo, mas deixar a criança olhando para a parede também não tem graça nenhuma. Dê um livro, sente com ela, proponha uma brincadeira, converse, saiam para passear... Enfim, proponha uma alternativa que a faça esquecer de vez da telinha!

Para incentivar o consumo de frutas e verduras

Você não precisa transformar as refeições em momentos de tortura para que seu filho coma bem. Sabemos que você quer oferecer o melhor e incluir todos os nutrientes no cardápio, mas se seu filho não gosta de cenoura, por exemplo, alimentos como abóbora e manga também são ótimas fontes de vitamina A.

Persista. Para concluir se gosta ou não de determinado alimento, as crianças precisam experimentá-lo de oito a dez vezes! Então, se ela fez cara feia para a papinha de maçã na primeira tentativa não é um caso perdido.

Deixe as crianças ajudarem na cozinha. Elas podem escolher os ingredientes do jantar junto com você no supermercado, ajudar a misturar a massa do bolo, ficar ao seu lado enquanto você corta os legumes, montar um prato bem bonito de salada... Mexer com a comida ajuda a despertar o interesse e abrir o apetite.

Não transforme guloseimas em prêmio. Risque do seu repertório “Se você comer tudo, ganha sobremesa”. Falando isso, a criança associa o que está comendo a um sacrifício, e o “prêmio” fica ainda mais apetitoso.

Para fazer atividade física

Saia para brincar. Nenhum exercício é melhor e mais divertido do que correr pelo parque, brincar de esconde-esconde, pular amarelinha ou correr atrás das pombas.

Descubra do que seu filho gosta. Não adianta obrigá-lo a fazer natação se o que ele gosta mesmo é de judô. Dê a oportunidade de ele experimentar as possibilidades, mas permita que ele participe da decisão final.

Promova pequenas mudanças no dia a dia. Mora no 3º andar? Suba de escada. Se a escola do seu filho não for muito longe, levá-lo a pé. É uma ótima oportunidade para caminhar, conhecer melhor o bairro e bater um papo. Parece pouco, mas para famílias atarefadas que vivem em grandes cidades às vezes é a melhor saída.

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