Tudo o que você queria saber, mas tinha vergonha de perguntar

Foram meses de prática, sem a preocupação de usar camisinha ou anticoncepcionais, até que vocês finalmente engravidaram. Mas, então, surgem as primeiras dúvidas. Depois de tanto treino, como fica a vida sexual? Precisa tomar cuidado para não machucar o bebê ou você e seu companheiro podem tirar proveito dos hormônios para inovar ainda mais na cama?

Se a gestação estiver tranquila, o sexo está liberado do primeiro ao último trimestre e melhor: pode ser mais prazeroso ainda. Isso porque a lubrificação da vagina aumenta, assim como o volume de sangue do organismo, o que deixa o corpo mais sensível à excitação. O que isso significa? Previsão de orgasmos frequentes e muito intensos. Por isso, nada de medo ou neuras! Para ajudar a manter a cumplicidade durante os nove meses, respondemos às dúvidas sexuais mais comuns dos casais grávidos, incluindo aquelas que ninguém tem coragem de perguntar. Acenda a luz e aproveite.

É seguro transar na gravidez?

Sim. O sexo é contraindicado apenas em alguns casos. Se a gestante tiver algum sangramento ou ameaça de aborto, mais comum no primeiro trimestre, por exemplo, o obstetra vai restringir as atividades físicas e aqui se inclui a relação sexual. Outras situações em que pode ser melhor evitar o sexo: risco de trabalho de parto prematuro independentemente do motivo, hipertensão, placenta baixa (quando ela se situa na região inferior do útero, pode haver sangramento durante o ato sexual) e restrições físicas, como problemas de coluna, já no último trimestre da gestação.A gravidez de gêmeos, por causa da tendência ao trabalho de parto prematuro, também pode ser um empecilho na reta final da gestação. De qualquer forma, caso sinta dor ou apresente algum sangramento após transar, converse com o seu obstetra.

A estimulação dos seios oferece algum risco?

Esse estímulo, de fato, libera a ocitocina, que pode desencadear contrações uterinas. Por isso, o hormônio também é um mecanismo usado para induzir o trabalho de parto no final da gestação. É só a partir da 28ª semana que o útero tem a substância receptora desse hormônio em quantidade suficiente para iniciar uma contração. E, para surtir esse efeito, a estimulação tem de ser intensa e durar, no mínimo, uma hora. Em resumo, o risco existe no último trimestre, mas é baixo e vai depender das condições da gestante. Se você apresenta qualquer chance de entrar em trabalho de parto antes da hora, por exemplo, talvez seja melhor evitar. De qualquer forma, converse com o seu obstetra.

Sexo oral está liberado?

A grávida pode fazer e receber sexo oral sem maiores problemas. Vale apenas destacar que, como a lubrificação é mais intensa por causa dos hormônios da gravidez, pode ser mais lambuzado, digamos assim. Mas se o seu parceiro tiver herpes oral (também chamado de herpes tipo 1), melhor evitar. Pois, mesmo que ele não apresente os sintomas no momento (como vermelhidão e bolhas no lábio ou na boca), há risco de contaminar o bebê, principalmente nas últimas semanas antes do parto. Também tome cuidado para que ele nunca assopre dentro da sua vagina. Apesar de ser extremamente raro, isso pode causar embolia, uma obstrução de vaso sanguíneo que pode levar o bebê e você à morte.

A penetração pode machucar o bebê?

Não. Dentro do útero, seu filho está protegido por diversas camadas de músculo e pelo saco gestacional (nome da bolsa que o envolve, onde ele “flutua” no líquido amniótico). Além disso, no colo do útero se forma uma camada de muco que “fecha” a entrada desse órgão, com o objetivo de mantê-lo livre de germes e bactérias. Esse tampão só vai ser eliminado pelo corpo dias ou horas antes do parto. Portanto, fique tranquila!

Um orgasmo pode causar aborto?

Embora ele possa desencadear contrações, elas não são fortes o suficiente para iniciar o trabalho de parto – ainda que sejam orgasmos múltiplos. Como o útero é um músculo, qualquer tipo de movimento mais intenso pode contraí-lo, assim como a movimentação do bebê lá dentro. Mas elas também podem acontecer sem qualquer estímulo físico. Tais contrações são normais e esperadas ao longo da gravidez e funcionam como um treino do útero para o parto. E não se preocupe com o que seu bebê vai “sentir” durante a transa. Na verdade, quando a mulher atingue o clímax, a região pélvica fica muito vascularizada – ou seja, o feto recebe mais sangue e também as endorfinas liberadas, o que causa uma sensação de prazer, apesar de ele não entender o que está acontecendo.

Até quando pode transar?

Na teoria, até o dia do parto. Um estudo feito na Universidade de Malaya, na Malásia, reforça que o ato sexual não adiantaria o trabalho de parto. De acordo com os cientistas, são inconclusivas as evidências de que a prostaglandina (substância usada em forma sintética na indução do parto) presente no sêmen – assim como as contrações provocadas pelo orgasmo ou pelo estímulo dos mamilos – seria um gatilho para o trabalho de parto.

Mas e se não tiver vontade?

A ação dos hormônios da gravidez pode, sim, diminuir a libido de algumas mulheres durante a gestação. No entanto, o apetite sexual é influenciado por outros fatores, como a autoestima e a fantasia. Embora algumas mulheres se sintam poderosas e femininas grávidas, outras se veem menos sexy por conta do aumento de peso. É importante o casal conversar abertamente sobre o assunto, para que nenhum dos lados se sinta rejeitado.
Depois que o bebê nascer, quando é permitido voltar a fazer sexo?

Em geral, o útero precisa de pelo menos 40 dias para regredir, isto é, voltar ao tamanho de antes da gestação. Se a gestante fez uma cesárea, por causa da cicatrização do corte, leva-se mais ou menos esse tempo para fazer qualquer esforço com segurança. No parto normal, com a dilatação total do colo do útero, a região fica mais vulnerável a infecções – além disso, quando há episiotomia (corte no períneo para facilitar a expulsão do bebê), os pontos vaginais precisam de até três semanas para cicatrizar. Por causa de todas essas variáveis, a recomendação padrão é de esperar seis semanas após dar à luz, tempo em que você também vai se sentir mais segura – e menos cansada – para retomar o namoro.

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